terça-feira, 19 de abril de 2011

Audiência Pública sobre Saúde Mental

Ontem (18/04) ocorreu na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas uma audiência pública com o tema “Implantação da Política de Saúde Mental”, tendo como protagonistas os pacientes do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, membros de CAPS do interior do estado e o Movimento Baré em prol da Saúde Mental.
Com a presença de representantes da Coordenação Estadual de Saúde Mental, Comissão de Saúde da Câmara Municipal, Diretoria do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, Conselho Regional de Medicina, Presidente do Instituto Silvério de Almeida Tundis e o ex-usuário do Hospital Eduardo Rabelo e atual coordenador da saúde mental no município de Manacapuru, Setemberg Ribeiro, foi discutida de forma irrisória a questão de saúde mental no estado do Amazonas, com os exemplos da situação precária do centro psiquiátrico, (ainda tido como referência) e a ausência dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Segundo depoimento dos pacientes e dos componentes do Movimento Baré, há descaso com a causa da luta antimanicomial, não há a mínima assistência aos pacientes e suas famílias, tampouco qualquer método de integração social. Estudantes da UFAM, FAMETRO, ESBAM e UNIP estiveram também presentes na audiência, falando sobre o preconceito existente contra os pacientes de saúde mental, e posicionando-se para mobilização da cauda no estado.
Com a proposta de construção de um hospital geral no lugar do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, em decorrência da Copa de 2014, o tema de saúde mental foi colocado em xeque, discutindo-se a aplicação da Lei 10.216 (criada em 2001, com inicio de irrisória aplicação no estado a partir de 2006), com a intenção de resgate desse modelo de assistência a saúde mental.
Apesar das promessas da Secretaria Municipal de Saúde, com projetos de licitação e cursos de capacitação dos profissionais da área, e afirmação pela Diretoria do Hospital Eduardo Ribeiro de que “os pacientes são bem cuidados, e graças ao hospital, não estão na rua”, foi objetivamente colocado o programa de reivindicações do Movimento Baré, em sua organização composta pelo Instituto Silvério de Almeida Tundis (ISAT), Associação em Saúde Mental Lezeira Baré e Coletivo Autonomia Libertária. As medidas em curto prazo seriam:
1. Parte do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro seja destinada a construção de quatro casas para 28 pacientes;
2. Centro de Convivência para Saúde Mental;
3. Reestruturação do CAPS do bairro Santa Etelvina, e construção de outros CAPS nas demais zonas da cidade de Manaus;
4. Implantação de leitos para saúde mental em hospitais gerais;
5. Residência para demais pacientes do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro próximos aos CAPS Santa Etelvina e Cachoeirinha.
Fonte: www.autonomialibertaria.org

domingo, 10 de abril de 2011

Universidade: sem o devido financiamento, expansão é sucateamento!

Considerada como Universidade, centro pluridisciplinar de formação de quadros para o ensino superior, pesquisa e extensão, de cultivo e domínio do saber humano, a Universidade Federal do Amazonas, assim como demais universidades e centros de ensino, salva algumas exceções, são fundamentadas na lógica de produção de mão-de-obra barata ao sistema capitalista, onde sua máscara de “pública, laica, de qualidade, democrática e socialmente referenciada” anda sendo colocada em xeque. Não contente em ser o centro da exploração pseudo-intelectual, quem mantém seu serviço não está tomando o cuidado de não torná-la precarizada dia após dia.

Os recursos para Educação no Brasil são continuamente cortados pelo Governo Federal. Incrivelmente, o tapa-buracos de recursos financeiros para manter os serviços ditos públicos e essenciais (que na prática estão longe do real conceito de “público”) vai gerando escassez na área educacional. É muito comum, atualmente, que na universidade federal há greve estudantil, desde questões abrangentes, como presenciamos e estamos somando na construção do Movimento Passe Livre (http://www.mlpmanaus.co.cc), e agora, com as notícias da unidade da UFAM em Parintins, em que estudantes, professores e técnicos estão na organização e condução da resistência, exigindo assistência estudantil e melhorias pro conjunto da universidade.


Na organização, os estudantes começaram a dar o tom na mobilização, sensibilizados pelas péssimas condições na assistência estudantil (melhor dizendo, na falta dela). Com exigências como a construção da Casa do Estudante, contratação de professores, melhoria dos laboratórios de informática e segurança no Campus, principalmente pelos últimos acontecimentos de furtos próximos da universidade. Na assembléia geral realizada no dia 25/03, sexta-feira, houve adesão também dos professores e técnicos à greve, que para inicio de conversa sobre voltar às atividades normais, exigia a presença da reitora Márcia Perales, para esclarecimentos sobre os rumos da unidade.

“Estamos reivindicando condições mínimas de funcionamento do campus. Interiorização não é somente implantação de um prédio, mas também mais condições de pesquisa, ensino e extensão”, afirmou a professora Soryane Neves.

Como era de se esperar, a reitora não deu as caras por lá. Mesmo com a presença do vice-reitor, os estudantes, organizados autonomamente, sem partidos ou entidades ditas estudantis, já mostraram um calendário de mobilizações, confirmando que estarão na resistência para que as exigências sejam cumpridas. Já tendo organizado passeata pela cidade, com caminhada até a Câmara Municipal, exigindo apoio dos parlamentares, e salientando pra eles a questão da segurança, há também marcado um ato público para o dia 14/04, se a exigência da presença da reitora não for atendida. Até lá, estudantes, professores e técnicos permanecem paralisados.

A UFAM vive um momento delicado, assim como as demais universidades federais do Brasil: o sucateamento da universidade. É perceptível essa triste realidade: RU precário, bibliotecas defasadas, salas superlotadas, falta de professores, etc. Isso tem sérias consequências para a vida das pessoas também de fora da universidade. A implantação do decreto 6.096/07, do Governo Lula, o REUNI, em 2007, é o marco do aprofundamento da política de sucateamento do ensino público superior. Defendemos não só outro projeto de expansão, mas uma universidade com autonomia, democracia, qualidade do ensino-pesquisa-extensão e assistência estudantil.


(Texto publicado no blog do Coletivo Autonomia Libertária http://autonomialibertaria.org 

II SIMPÓSIO DE ECONOMIA POLÍTICA

Sob coordenação e organização da Professora Rosana Mafra e os estudantes do 3o. período noturno de Serviço Social da UFAM, essa semana realizar-se-á o II Simpósio de Economia Política, com o tema A Mão de Obra Iniciante no Mercado de Trabalho em Manaus



LOCAL: Auditório Rio Solimões - UFAM

Data: 11 e 13 de Abril 2011

Horário: 18h00

Inscrições por e-mail: simposiodeeconomia1@hotmail.com

Inscrições com os organizadores: Entrada do Bloco de Serviço Social  nos dias 07 e 08/4/2011 das 17h às 21h

Valor da inscrição: R$ 5,00 para emissão de certificado de 4h

Vagas disponíveis: 80

Movimento Baré promove palestra sobre Saúde Mental

Já imaginou se você tivesse um surto psicótico e vivesse em uma cidade onde a maioria das instituições públicas, destinadas a te ajudar, encontra-se mal-estruturada e sucateada? Quase que abandonadas ao acaso? Ou ainda, tivesse um familiar com sofrimento psíquico, necessitado de acompanhamento, e que, para obtê-lo, você tivesse que entrar numa fila ainda na madrugada para poder conseguir a ficha, que lhe agendará para daqui a, no mínimo, três meses? Essa é a realidade vivenciada por 12% da população Manauara.

O modelo atual de atendimento na área de saúde mental do nosso município encontra-se desarticulado, sobrecarregado e ainda é baseado no modelo manicomial. Este último, indo de encontro ao modelo vigente hoje no país, não atende às demandas do público enfocado e nem oferece preparo adequado às pessoas prestadoras do serviço.

Manaus é a última capital brasileira a se mobilizar na direção do cumprimento da Lei 10216, a Lei da Reforma Psiquiátrica, instaurada em 2001. Esta lei preconiza a criação de uma rede de assistência básica em saúde mental através da implantação de CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), de SRTs (Serviços Residenciais Terapêuticos), que são as residências terapêuticas destinadas a ex-moradores de instituições psiquiátricas e atendimentos de emergências em hospitais gerais, além de outras articulações com o sistema público de saúde. Para se ter uma idéia, o Estado do Amazonas conta com apenas 9 CAPS em todo estado, sendo apenas 2 em Manaus quando seriam necessários, no mínimo, 9 CAPS tipo III somente na capital.

A Saúde Mental é uma questão social que envolve a TODOS enquanto cidadãos, pois, está presente e influencia diretamente todas as áreas da vida – no trabalho, na educação, na vida em família e em sociedade. Cientes da situação atual da Saúde Mental no Estado do Amazonas e da importância da implantação da Lei da Reforma Psiquiátrica adequadamente, as ONGs Instituto Silvério de Almeida Tundis-ISAT e Leseira baré se uniram para dar origem ao Movimento Baré em prol da Saúde Mental.

Assim, convidamos você a um diálogo com um usuário do sistema de Saúde Mental e militante pró-reforma para conhecer melhor a temática. Desta maneira, esperamos que você se sinta sensibilizado a lutar conosco por melhores condições na área da Saúde Mental.  Contamos com sua participação!



Onde: Auditório Alalaú - ICHL - UFAM        
 Quando: 11.04 de 18h-20h
                 12.04 de 16h-18h             
Acesse: lezeirabare.blogspot.com