domingo, 10 de abril de 2011

Universidade: sem o devido financiamento, expansão é sucateamento!

Considerada como Universidade, centro pluridisciplinar de formação de quadros para o ensino superior, pesquisa e extensão, de cultivo e domínio do saber humano, a Universidade Federal do Amazonas, assim como demais universidades e centros de ensino, salva algumas exceções, são fundamentadas na lógica de produção de mão-de-obra barata ao sistema capitalista, onde sua máscara de “pública, laica, de qualidade, democrática e socialmente referenciada” anda sendo colocada em xeque. Não contente em ser o centro da exploração pseudo-intelectual, quem mantém seu serviço não está tomando o cuidado de não torná-la precarizada dia após dia.

Os recursos para Educação no Brasil são continuamente cortados pelo Governo Federal. Incrivelmente, o tapa-buracos de recursos financeiros para manter os serviços ditos públicos e essenciais (que na prática estão longe do real conceito de “público”) vai gerando escassez na área educacional. É muito comum, atualmente, que na universidade federal há greve estudantil, desde questões abrangentes, como presenciamos e estamos somando na construção do Movimento Passe Livre (http://www.mlpmanaus.co.cc), e agora, com as notícias da unidade da UFAM em Parintins, em que estudantes, professores e técnicos estão na organização e condução da resistência, exigindo assistência estudantil e melhorias pro conjunto da universidade.


Na organização, os estudantes começaram a dar o tom na mobilização, sensibilizados pelas péssimas condições na assistência estudantil (melhor dizendo, na falta dela). Com exigências como a construção da Casa do Estudante, contratação de professores, melhoria dos laboratórios de informática e segurança no Campus, principalmente pelos últimos acontecimentos de furtos próximos da universidade. Na assembléia geral realizada no dia 25/03, sexta-feira, houve adesão também dos professores e técnicos à greve, que para inicio de conversa sobre voltar às atividades normais, exigia a presença da reitora Márcia Perales, para esclarecimentos sobre os rumos da unidade.

“Estamos reivindicando condições mínimas de funcionamento do campus. Interiorização não é somente implantação de um prédio, mas também mais condições de pesquisa, ensino e extensão”, afirmou a professora Soryane Neves.

Como era de se esperar, a reitora não deu as caras por lá. Mesmo com a presença do vice-reitor, os estudantes, organizados autonomamente, sem partidos ou entidades ditas estudantis, já mostraram um calendário de mobilizações, confirmando que estarão na resistência para que as exigências sejam cumpridas. Já tendo organizado passeata pela cidade, com caminhada até a Câmara Municipal, exigindo apoio dos parlamentares, e salientando pra eles a questão da segurança, há também marcado um ato público para o dia 14/04, se a exigência da presença da reitora não for atendida. Até lá, estudantes, professores e técnicos permanecem paralisados.

A UFAM vive um momento delicado, assim como as demais universidades federais do Brasil: o sucateamento da universidade. É perceptível essa triste realidade: RU precário, bibliotecas defasadas, salas superlotadas, falta de professores, etc. Isso tem sérias consequências para a vida das pessoas também de fora da universidade. A implantação do decreto 6.096/07, do Governo Lula, o REUNI, em 2007, é o marco do aprofundamento da política de sucateamento do ensino público superior. Defendemos não só outro projeto de expansão, mas uma universidade com autonomia, democracia, qualidade do ensino-pesquisa-extensão e assistência estudantil.


(Texto publicado no blog do Coletivo Autonomia Libertária http://autonomialibertaria.org 

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